sábado, 15 de dezembro de 2007

Martinis & Tesouras

Cristina jazia na cama de campanha do quarto de visitas de sua casa. Estava completamente bêbada, desfalecida e esparramada, com uma das mãos arrastando no chão e uma manta torcida em seus pés.

Uma música vagamente épica tocava na sala, onde um velho tocador de LP arranhava um dos seus muitos "bolachões"; e com essa música, uma centelha de lucidez se formou na mente dela ao ouvir tal melodia.

Lá dentro da mente de Cristina, a centelha tentava fazê-la entender o que ocorrera para ela estar ali atirada como um cadáver e aquela música tinha algo à ver com aquele estado.

Cristina estremeceu: a centelha parecia ter formado uma onda em sua mente, e com ela vieram imagens turvas de rostos, formas, cores e alguns sons. Mas tudo logo que chegava, ia-se embora.

Exceto uma...

Um rapaz de rosto agressivo falava-lhe algo que ela não recordava, mas que sabia que a ofendera de algum modo; ele também a tocava na cintura de um modo incômodo, e ela o empurrara com a mão para afastá-lo, derrubando seu drinque na camisa branca dele. Ela sai cambaleando pelo corredor, e ele empurra Cristina para dentro do quartinho onde ela agora estava. Ele tranca a porta, abafando a balburdia da festa, e fazendo qualquer som que fosse produzido no quarto ficar inaudível para o meio externo. Ela exala pânico; ele, ódio, furor e álcool. Ele desafivelava o cinto com as piores intenções; ela se escorava na parede em desespero.

E na parede, Cristina encontra uma tesoura pendurada ao seu alcance. Ele continua avançando de armas em punho. Ela estica o braço, e as lâminas gêmeas acalmam o rapaz com golpes curtos.

Cristina reune seus esforços e energias, e abre os olhos vagarosamente. Ela constata que o vulto do rapaz, com a camisa agora vermelha, jazia imóvel no chão do pequeno cômodo.

Cristina da um muxoxo de desprezo e de sono, e volta a dormir.

quinta-feira, 29 de novembro de 2007

Conto do ônibus

Embarquei em um ônibus inter estadual esta noite, numa tentativa desesperada de ir embora de minha terra e recomeçar do zero. Sentei num dos bancos do fundo, e acomodei minha mochila entre meu pés.

Logo após, me seguiram mulheres com crianças, um velho com capote e chapéu, um chapéu que me lembrava o de um almirante, e um rapaz de farda militar. Todos se acomodaram nas poltronas do fundo, ocupando toda a traseira do ônibus.

O ônibus partiu chacoalhando fortemente. A noite estava muito escura, e os postes esparsos projetavam lampejos fantasmagóricos de luz dentro do ônibus, que iluminavam os rostos pesarosos e cansados dos viajantes. Havia um ar de cumplicidade entre todos nós, viajantes noturnos, como se nossos destinos estivessem unidos.

A viajem seguia calma, não houve um único bandoleiro para importunar o motorista ou aterrorizar os passageiros. Quase todos dormiam, exceto alguns poucos que liam livros para passar o tempo. Um rapaz na janela da traseira fumava um cigarro, só não sei de quê.

Percorri com os olhos os bancos iluminados pelos fachos de luz que vinham do teto, e cruzei olhares com uma menininha que não se deixou vencer pelo sono. ela não deveria ter mais que dez anos, mas seu olhar era o de uma senhora distinta. um olhar firme e austero vinha para mim daqueles olhos verdes.

Aquele olhar deu-me a certeza de minha escolha, a certeza de ter acertado ao resolver deixar para trás os vícios da metrópole e refazer minha história numa cidadela pacata no interior do estado vizinho.

O ônibus parou numa estação de uma cidadezinha charmosa no meio de um local aparentemente árido, mas belo ainda assim. Era naquela cidade que eu iria recompor a minha vida.

Mais algumas pessoas desciam do ônibus enquanto eu o olhava uma última vez. E mirando-o encontrei novamente a menina que me dera aquele olhar; acenei para ela, como que diz obrigado e adeus, e ela retribuiu com um sorriso em sua delicada boca. Logo então, o ônibus partiu e foi engolido pelo negrume da noite.

quarta-feira, 21 de novembro de 2007

Esperanças Juvenis

(antes de ler este post, baixe as músicas citadas para completar a experiência deste texto
Feist - 1 2 3 4: http://www.4shared.com/file/29975444/40be14f0/1234.html?dirPwdVerified=78f3a5ac

Belanova - Me Pregunto Porque: http://www.4shared.com/file/29974711/f759cd06/Me_Pregunto_Porque.html?dirPwdVerified=78f3a5ac

bom divertimento)

Oh, Teenage hopes, gimme tears in the eyes...
Feist - 1 2 3 4

Marina estava deitada no banco de trás do carro de seu namorado. Ambos tinham acabado de sair do bar mais badalado da cidade, e estavam meio tontos...

Ela estava deitada de barriga pra cima, ouvindo músicas dançantes argentinas, enquanto seu namorado guiava o carro, a despeito dos berros de "bêbado desgraçado" dos outros motoristas, reclamando das loucuras que ele fazia com birita na cabeça.

Mas ela nem ligava para os solavancos do carro em alta velocidade, nem para as imprudências que seu amor fazia. Ela apenas relaxava ouvindo Belanova cantar "Me Pregunto Porque" e sonhando...

Ela tinha esperanças de que ele decidisse se casar com ela, esperança de usar véu e grinalda, de entrar na igreja toda de branco, de vê-lo entrando de fraque, e de ver seus entes queridos emocionados com a cerimonia...

Mas seus sonhos foram interrompidos com um barulho de vidro sendo triturado, de aço se retorcendo, e os gritos de dor de uma voz conhecida.

Um poste se posicionou no caminho dos sonhos de Marina. Sonhos que ela sonhará eternamente em seu leito, no seio da terra.

terça-feira, 20 de novembro de 2007

Menino Vadio (ou Missa de Corpo Presente)

Ele estava sentado ma primeira fila de carteiras na sala de aula, mas não prestava a mínima atenção à aula de gramática que ocorria logo em frente. Ele estava naquela carteira por força das circunstâncias.

A Professora dava, calmamente, a aula para os outros alunos, que e grande maioria, estavam tão desinteressados quanto, senão mais.

Ele sentia o peso de noites mal dormidas abafarem seus ouvidos e embaçarem sua visão, também sentia seus dedos meio dormentes girarem um lápis, fazendo um risco torto no encosto da carteira.

A Professora tentava chamar a atenção da turma, sem muito sucesso. Ele resumiu sua reação ao ato à um olhar seco, um olhar de desprezo e frieza.

Finalmente, ao longe, a sirene reboa ao longe, e a Professora sai. Ele comemora a saída da Professora em seu íntimo, mas esquece que ainda há a aula seguinte.

sábado, 17 de novembro de 2007

Mediocridade (o espelho)

Alice estava rumando para seu quarto, nua, apenas enrolada em uma toalha cor-de-rosa. Era o quarto banho que tomava no dia mas, segundo ela, isso não era futilidade, era questão de chiqueza.

Chega em seu quarto, também cor-de-rosa, e apinhado de roupas que, em sua maioria, sequer foram usadas. Despe-se da toalha, largando-a no chão, e deita-se em sua cama cheia de bichinhos de pelúcia. ao deitar-se, esbarra com as mãos em um embrulho vermelho.

Alice olha intrigada para o embrulho, que jamais tinha visto em seus trinta anos naquela casa. Um embrulho vermelho, quadrado e reluzente; que emanava algo suspeito e encantador. Em uma fútil curiosidade, ela começa a abrir o embrulho.

Ela rasga o papel brilhante, camada por camada, papel por papel, até chegar em uma caixa preta, do tipo que geralmente tem um vestido dentro.

Alice da um gritinho infantil de satisfação e alegria, tinha certeza que seria mais um vestido pra sua coleção, mais u vestido para mofar nos vários armários da casa, sem ela sequer saber de sua existência. Abre a caixa lentamente.

Dentro da caixa não havia nenhum vestido, mas um espelho de prata, envolvido em dezenas de papéis de seda brancos. era um espelho sem nada de especial, um espelho quadrado, com borda lisa, sem enfeites, sem rococó. apenas uma borda branca e fina.

Outro gritinho de felicidade, pois parecia que Alice adorava passar infindáveis horas à frente do espelho. Automaticamente, ela começa a ajeitar o cabelo e frente ao espelho que ganhara, sabe-se lá de quem.

Mas algo a deteve, e esse algo foi seu reflexo.

Seu reflexo a encarava, mas não do mesmo jeito que ela encarava o espelho. o reflexo dava-lhe um olhar duro, gelado e impiedoso; era um olhar de desprezo, como se a censurasse por ser uma tola fútil e inútil.

O espelho cai da mão de Alice, perplexa, estarrecida. a mesma não mais saiu do quarto...

sexta-feira, 7 de setembro de 2007

jogando com a Morte

Mas uma vez podia se ouvir o estalido suave do isqueiro de Dira sendo aceso dentro do armário do quarto de hóspedes. Ela, que jurara que nunca mais acender um bequi estava lá, mostrando que promessas podem ser quebradas.

Ela estava no fim da linha, tanto que a Morte em pessoa foi buscá-la.

-Partes agora, Dira, a sua hora chegou

-Deixa rolar, bixo, sem stress

-Nada mais está rolando, você envenenou até a última célula nervosa com essa porcaria, isso foi mais que o suficiente por uma vida.

Dira cospe a fumaça do baseado na cara da Morte, e fica rindo dela tossir e abanar a fumaça para longe de seu rosto.

-Já chega! você não respeita nem a si mesma, vai direto ao inferno.

-Calma, calma- tenta amenizar Dira, que se tocou da seriedade da situação- joguemos uma partida de poker apostando a minha vida, se eu ganhar você me deixa em paz.

A Morte reclama, mas aceita, pois sabe que ela nem deve raciocinar mais.

A Morte joga com técnica, mas Dira tem sorte, ou o baralho foi mexido. MAs, de qualquer jeito, Dira ganha todas as fichas da sorte e ganha o jogo.

A Morte sai de mãos vazias, e Dira ri, vitoriosa.

Mas, sai de casa para se abastecer de erva, e é atropelada, morrendo na hora.

Vila mexicana

Já fazia uma semana que eu estava preso ali, naquela vila mexicana odiosa, sem telefone, sem mecânico para tratar do meu carro, sem sinal de um chuveiro, e sem alguém que falasse português.

Estava sentado na soleira do local que me "acolheu", pensando em como escapar de lá, mas sem frutos; quando, de repente, os locais começaram a fazer uma festa no meio da rua enluarada.

Homens tocando violão "animavam" a festa com um som desarmónico, enquanto mulheres descabeladas, vestindo sais gigantescas dançavam freneticamente no meio de uma roda de pessoas.

O som ensurdecedor das pessoas cantando e gritando não me deixava pensar, e logo estava entrando em minha cabeça e fazia-a latejar.

Comecei a gritar, mandando os "malditos ticanos" calarem a boca e pararem de tocar, que eram duas da madrugada e que não era hora de fazer algazarra. Em vão.

quando já estava desistindo de calá-los, e desistindo até de continuar vivendo, uma ruiva fogosa, carregando uma dose de tequila chega sorrindo e diz algo que deveria soar como "relaxa, toma a birita e vamos nos divertir"

Começo a achar que não é tão ruim assim

sexta-feira, 10 de agosto de 2007

execução

Edgar estava no meio da sala de estar, sentado numa cadeira de praia. Uma taça de vinho tinto na mão, e a garrafa, meio cheia, ainda gelada, de pé ao seu lado no tapete.

Um ar típico burguês, a soberba sensação de esvaziar a segunda garrafa de vinho francês, a cabeça ficando leve...

- Já está ficando alegrinho de tanto beber?

Edgar é pego de sobre-salto, a taça de vinho meio cheia escapa de sua mão e se espatifa na parede atrás dele ao perceber que uma mulher vestida em um sobretudo no canto da sala dirigia-se a ele. Ele jamais a vira em sua vida inteira.

-O que você está fazendo aqui? Como você entrou aqui? Quem diacho é você?

A mulher já esperava tal reação.

-Não entrei, sempre estive aqui; e estou aqui como seu equivalente ao anjo Samiel.

Edgar começa a ser apossado pelo receio. Sabia o papel do anjo Samiel, vindo de uma ária que assistira, mas não sabia o porquê dela ter essa função. Justo com ele, um judeu dedicado, bom, justo e seguidor dos preceitos. Por que ele?

-Quem veste os mortos e dança com eles, deve se juntar a eles, senhor legista.

Nova onda de desespero. Ele agora se sentia como se o tivessem rastreado pela vida toda.

-Certo, então você sabe de meu trabalho no departamento médico legal; mas, você pretende fazer o quê?

Ela ri, joga os cabelos para trás com a mão.

-O que tinha de ser feito, foi feito, agora é esperar que o metabolismo aja.

Edgar deixa escapar um muxoxo de incompreensão.

-Fica claro que você não tentou abrir as janelas, pois saberia que elas estão hermeticamente lacradas, o vidro agora é inquebrável. A porta também foi lacrada, e reforçada. O telefone foi cortado, e a luz em meia hora se apagará. A água continuará, para não morrermos de sede, e comida temos para um bom tempo. Agora só nos resta esperar que nossos corpos consumam o oxigênio restante.

Desespero, Edgar cai no chão e começa a chorar convulsivamente. Mas, com o tempo, lembra-se do cilindro de ar que tem no quarto, resquícios de sua viagem á praia semana passada; também se lembra de seu celular, que ficou no quarto, junto ao cilindro. Ele teria como chamar ajuda; e provocaria fumaça para sufocar a estranha mulher, sobrevivendo com o ar do cilindro.

A mulher se levanta calmamente, e ruma ao quarto; logo depois se ouve um estalo e um estrondo. Volta com os pedaços do celular na mão.
-Esqueça seu plano de se salvar com o celular e o cilindro, que, inclusive, encurtou nosso tempo aqui.

Edgar olha perplexo para os cacos de celular, e depois para ela, pedindo com os olhos por explicações.

-Um cano foi rompido no banheiro quando eu me livrei do cilindro de ar. Em algumas horas o apartamento vai ser inundado.

Outra onda de desespero. E depois confusão, delírio histérico, anestesia, conformação. Vai até a estante molemente, e apanha uma caixinha. Senta-se á frente de sua executora.

Joga xadrez?

quarta-feira, 8 de agosto de 2007

Questão de beleza

A beleza pode esconder por trás de sua fachada aprazível, um lado não tão agradável ao observador.

Damas ditas belas, com formas perfeitas e voluptuosas; que a olhos vistos parecem tão naturais e harmoniosas, ocultam uma carnificina voluntária em prol de dissimular seus defeitos.

E, se pensamos à respeito, indagamos como faz a vaidade para convencer mulheres a passarem pelo suplicio de ter maquinas famintas passando por debaixo de sua pele, com intuito de fazerem-se mais enxutas e perfeitas.

E também questionamos as razões que levam alguém a pagar para ser dilacerada, em nome do "esteticamente correto", remarcando os traços de seu corpo segundo um padrão abstrato e utópico.

tudo se torna inconcebível, se pensarmos que por mais que as marcas que vem de brinde nisso tudo, por mais que sejam tratadas, escondidas, suavizadas, maquiadas e cobertas; ainda estão sorrindo por detrás de suas prisões.

Mas, quem somos nós, criaturas imperfeitas, desproporcionais e feias, para opinarmos quanto à isso?

terça-feira, 31 de julho de 2007

Contato

Uma garoa fina caia enquanto eu tentava chegar o mais rápido possível num local coberto; tarefa que não seria fácil em uma estrada de terra ladeada por milharais baixos.

Teria de me conformar em tomar alguma chuva, até chegar em alguma propriedade, e me amparar numa marquise.

Até que ela apareceu.

Do nada, uma garota carregando um guarda-chuva imenso apareceu, e, sorrindo docemente, oferece amparo contra a chuva.

Aquela garota mostrou-se gentil, e me perguntou uma porção de amenidades, o que eu fazia ali, para onde eu ia, o que eu faria em meu destino. E achava graça em ver que eu me envergonhava um pouco ao falar sobre essas coisas com uma estranha.

Então, ela apenas sorriu e disse que não haveria motivo para me envergonhar, que ela não era mais estranha a partir do momento que começamos a nos falar, e que não teria me acolhido sob o guarda-chuva se eu não fosse confiável. Dito isso eu ruborizei.

Com o tempo, e mais alguma conversa, a chuva passou, e chegamos perto do meu destino. Agradeci a "carona", e ela disse que não carecia de agradecimento. Dito isto, despediu-se, e desapareceu em uma névoa translucida.

domingo, 29 de julho de 2007

A via de Vera

Vera estava trancada em seu quarto há dois dias. Ainda estava com as roupas do momento em que surtara, e, para agravar, ficara desfiando a lapela do blazer e a meia-arrastão durante esse tempo recluso.

Ela não lembrava o porquê de estar alí, parada no mesmo local, em posição fetal, com a maquilagem escorrendo pelas bochechas junto com as lágrimas. Sem se importar com o alito de dois dias, com o celular que marcava várias chamadas não atendidas, com os braços que ameaçavam doer por ficarem tanto tempo abraçando os joelhos, com o cabelo carregado de laquê que começava a desabar sobre o rosto.

Também não conseguia lembrar o que fizera nesse tempo recluso, mas ao menos sabia que era uma coisa que a tirava de sintonia, e a livrava das cargas da vergonha, que a empurraram ao seu retiro no quarto.

Cansada de ficar na mesma posição, resolve se reclinar no chão, mas sem se estirar totalmente; e toca em algo, que gera um tilintado.

Abruptamente, senta-se e começa a esquadrinhar o assoalho, em busca do autor do gorjeio que a tirou da letargia. E por fim o encontra.

Uma garrafa vazia de gim, um copo manchado de batom carmim, e, logo á frente, uma pilha de outras garrafas. Ela via e se dava conta que estava com a vista embotada, e a cabeça que latejava. Sentia-se mal.

Começa a esfregar as têmporas, e a firmar a vista. E as coisas começaram a vir à tona.

Vera ia relembrando com o tempo, todas as cenas que ela viveu até entrar no quarto e começar a entornar as garrafas. A cada memória, um aperto no coração, um nó na garganta.

Não aguentou mais, desatou em choro, sentiu a carga do remorso, chegou ao píncaro da depressão. E decidiu que algo devia ser feito.

Ela levanta-se, cambaleante, e anda apressada até a sacada, tropeçando em seu scarpin. e de lá, descreveu um salto, e um mergulho perpendicular.

As plumas brancas foram pairando no ar, na via onde Vera caminhava ao Firmamento.