Já fazia uma semana que eu estava preso ali, naquela vila mexicana odiosa, sem telefone, sem mecânico para tratar do meu carro, sem sinal de um chuveiro, e sem alguém que falasse português.
Estava sentado na soleira do local que me "acolheu", pensando em como escapar de lá, mas sem frutos; quando, de repente, os locais começaram a fazer uma festa no meio da rua enluarada.
Homens tocando violão "animavam" a festa com um som desarmónico, enquanto mulheres descabeladas, vestindo sais gigantescas dançavam freneticamente no meio de uma roda de pessoas.
O som ensurdecedor das pessoas cantando e gritando não me deixava pensar, e logo estava entrando em minha cabeça e fazia-a latejar.
Comecei a gritar, mandando os "malditos ticanos" calarem a boca e pararem de tocar, que eram duas da madrugada e que não era hora de fazer algazarra. Em vão.
quando já estava desistindo de calá-los, e desistindo até de continuar vivendo, uma ruiva fogosa, carregando uma dose de tequila chega sorrindo e diz algo que deveria soar como "relaxa, toma a birita e vamos nos divertir"
Começo a achar que não é tão ruim assim
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