sexta-feira, 7 de setembro de 2007

Vila mexicana

Já fazia uma semana que eu estava preso ali, naquela vila mexicana odiosa, sem telefone, sem mecânico para tratar do meu carro, sem sinal de um chuveiro, e sem alguém que falasse português.

Estava sentado na soleira do local que me "acolheu", pensando em como escapar de lá, mas sem frutos; quando, de repente, os locais começaram a fazer uma festa no meio da rua enluarada.

Homens tocando violão "animavam" a festa com um som desarmónico, enquanto mulheres descabeladas, vestindo sais gigantescas dançavam freneticamente no meio de uma roda de pessoas.

O som ensurdecedor das pessoas cantando e gritando não me deixava pensar, e logo estava entrando em minha cabeça e fazia-a latejar.

Comecei a gritar, mandando os "malditos ticanos" calarem a boca e pararem de tocar, que eram duas da madrugada e que não era hora de fazer algazarra. Em vão.

quando já estava desistindo de calá-los, e desistindo até de continuar vivendo, uma ruiva fogosa, carregando uma dose de tequila chega sorrindo e diz algo que deveria soar como "relaxa, toma a birita e vamos nos divertir"

Começo a achar que não é tão ruim assim

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