sexta-feira, 7 de setembro de 2007

jogando com a Morte

Mas uma vez podia se ouvir o estalido suave do isqueiro de Dira sendo aceso dentro do armário do quarto de hóspedes. Ela, que jurara que nunca mais acender um bequi estava lá, mostrando que promessas podem ser quebradas.

Ela estava no fim da linha, tanto que a Morte em pessoa foi buscá-la.

-Partes agora, Dira, a sua hora chegou

-Deixa rolar, bixo, sem stress

-Nada mais está rolando, você envenenou até a última célula nervosa com essa porcaria, isso foi mais que o suficiente por uma vida.

Dira cospe a fumaça do baseado na cara da Morte, e fica rindo dela tossir e abanar a fumaça para longe de seu rosto.

-Já chega! você não respeita nem a si mesma, vai direto ao inferno.

-Calma, calma- tenta amenizar Dira, que se tocou da seriedade da situação- joguemos uma partida de poker apostando a minha vida, se eu ganhar você me deixa em paz.

A Morte reclama, mas aceita, pois sabe que ela nem deve raciocinar mais.

A Morte joga com técnica, mas Dira tem sorte, ou o baralho foi mexido. MAs, de qualquer jeito, Dira ganha todas as fichas da sorte e ganha o jogo.

A Morte sai de mãos vazias, e Dira ri, vitoriosa.

Mas, sai de casa para se abastecer de erva, e é atropelada, morrendo na hora.

Um comentário:

Comentarista Abalizado disse...

A morte não vai gostar de ler este conto... com o que disse, está sugerindo que ela não cumpriu as regras, afinal, mesmo vencendo nas cartas, a tal Dira teve sua vida ceifada.
Aliás, pelo comportamento da tal Dira, já foi tarde.
Viva a morte!